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O amanhã chega mais rápido do que se imagina

Outro dia, sentado no banco da praça, um senhor ouviu um grupo de jovens comentar: “Os velhos são diferentes, pensam de outro jeito, querem coisas diferentes da gente.” Ele sorriu de canto, balançou a cabeça e voltou a folhear seu jornal.

Diferente? Engraçado isso. Porque, no fundo, ele ainda se sentia o mesmo rapaz que correu atrás do primeiro amor, que sonhou em rodar o mundo, que riu até a barriga doer com os amigos de infância. A verdade é que a alma não envelhece – o tempo muda a aparência, impõe alguns limites no corpo, mas não apaga os desejos, as paixões, os sonhos.

O jovem que hoje pensa que o idoso é “outro tipo de gente” talvez não perceba que está olhando para o próprio futuro. Porque a velhice não chega como um personagem novo que toma seu lugar. Você continua sendo você – só que alguns anos à frente. Ainda gosta de música, ainda se emociona com um filme, ainda sente frio na barriga com um olhar especial.

O senhor da praça fechou o jornal, ajeitou os óculos e sorriu sozinho. Se aqueles garotos soubessem que ele já tinha sido como eles… Mas tudo bem. Um dia, eles também estarão sentados ali, ouvindo um grupo de jovens dizer que os velhos são diferentes.

E então, talvez, entendam que a maior ilusão da juventude é achar que o tempo nos transforma em outra pessoa. Quando, na verdade, só nos entrega um amanhã que sempre chega mais rápido do que se imagina.

E você? Já percebeu que, por dentro, ainda é a mesma pessoa de sempre, apenas com mais histórias para contar?

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