Apoie
Search
Close this search box.

Teimosia ou sabedoria?

Outro dia, ouvi mais uma vez: “Ah, mas idoso é teimoso demais!”. Parei para pensar. Será que sou mesmo? Será que você é? Ou será que o mundo anda impaciente demais para nos ouvir?

A gente passa a vida toda aprendendo, acertando, errando, caindo e levantando. Aí, quando finalmente chegamos a um ponto em que sabemos o que queremos, aparece alguém dizendo que estamos errados. Que deveríamos fazer diferente. Que já não sabemos o que é melhor para nós.

A verdade é que, com o tempo, nosso jeito de ver as coisas muda. Algumas escolhas não são só escolhas, são lembranças, são parte da nossa história. Você já reparou como um simples hábito pode ter um significado maior? Aquele senhor que insiste em ir à feira sozinho pode não estar apenas sendo teimoso—ele pode estar se agarrando à sensação de independência, ao prazer de escolher sua fruta preferida, de sentir que ainda tem controle sobre a própria vida.

Já aquela senhora que se recusa a usar a bengala pode não estar apenas desafiando a lógica—ela pode estar se lembrando de quando caminhava sem pensar nisso, de como cada passo sempre foi seu, sem precisar de nada além da própria força.

O que chamam de teimosia pode ser, na verdade, autonomia, medo, orgulho ou apenas o desejo de ser ouvido. Porque, sejamos sinceros, muitas vezes falam com a gente como se fôssemos crianças, como se não entendêssemos nada do mundo. Mas quem já viveu tanto não merece ser tratado assim.

Isso não quer dizer que não devemos aceitar ajuda. O segredo está no equilíbrio. Assim como queremos ser respeitados, também precisamos escutar. Nem tudo é uma batalha, e, às vezes, ceder um pouco pode tornar a vida mais leve. Mas nunca devemos aceitar que confundam nossas vontades com teimosia.

Então, da próxima vez que alguém disser que você está sendo teimoso, sorria e responda: “Não sou teimoso, sou experiente. E sei exatamente por que faço o que faço.”

E você? Já passou por isso?

Posts recentes