Você já sentiu que sua opinião foi ignorada por causa da sua idade?
Já percebeu aquele olhar de impaciência, aquela frase cortante: “isso é coisa de velho”?
Pode parecer inofensivo, mas isso tem nome: etarismo — o preconceito contra a pessoa idosa.
Esse tipo de atitude está em todo lugar: nas piadas, nas decisões médicas apressadas, nos atendimentos que tratam o idoso como alguém incapaz.
E o mais grave: isso adoece. A falta de escuta, o desrespeito, a invisibilidade — tudo isso abala a autoestima, interfere no tratamento de doenças, e pode até acelerar a perda da autonomia.

O etarismo não deixa hematomas, mas machuca profundamente.
Por isso, ele deve ser encarado como o que realmente é: um agravo à saúde pública.
Quando associam o envelhecer a algo negativo, esquecem de cuidar, de proteger, de ouvir.
Profissionais de saúde também reproduzem esse preconceito, muitas vezes sem perceber.
Quando alguém recebe um diagnóstico de demência, por exemplo, é comum que já tirem sua voz — mesmo quando ainda há plena capacidade de decisão.

Além disso, o Estatuto da Pessoa Idosa já determina que o respeito ao envelhecimento deve ser ensinado nas escolas. Mas até hoje isso não foi colocado em prática.
Seguimos ensinando a cuidar da natureza, da diversidade, mas não falamos sobre o valor de quem viveu tanto e tem tanto a compartilhar.
O resultado?
Uma sociedade que enxerga o idoso como um problema — e não como alguém que construiu caminhos para todos nós.

Mas o tempo não diminui o valor de ninguém. Ao contrário: revela.
Respeitar a pessoa idosa é cuidar da nossa própria dignidade — agora e no futuro.
Você já viveu o etarismo? Já sentiu isso na pele?
Sua história importa — e merece ser ouvida com respeito.