Nos últimos cinco anos, o número de centenários com planos de saúde cresceu 42%, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Esse aumento reflete a longevidade crescente, mas também escancara um problema recorrente: os desafios enfrentados pelos idosos para manter os planos e acessar os serviços contratados.
Os valores das mensalidades sobem ano após ano, tornando o pagamento cada vez mais difícil para quem vive com a aposentadoria. Além disso, muitos idosos enfrentam negativas de cobertura, mesmo quando possuem direito aos procedimentos recomendados por seus médicos.

A situação é ainda mais complicada para quem já tem idade avançada. A dificuldade em mudar de plano faz com que muitos permaneçam em contratos antigos, com reajustes elevados e cobertura limitada. Mesmo quando há prescrição médica, serviços como home care e tratamentos especializados são negados com frequência, obrigando as famílias a recorrerem à Justiça para garantir o atendimento.
Entre os beneficiários centenários, a maioria está vinculada a planos individuais e cooperativas médicas. No entanto, o número de cancelamentos nessa faixa etária supera as novas adesões, muitas vezes por dificuldades financeiras. Esse fenômeno também ocorre a partir dos 60 anos, enquanto as operadoras mantêm o foco na captação de clientes mais jovens.

Diante desse cenário, especialistas reforçam a importância de buscar os direitos garantidos pelo Estatuto da Pessoa Idosa e pelo Código de Defesa do Consumidor. Caso um plano de saúde se recuse a oferecer um tratamento necessário ou aplique aumentos considerados abusivos, o consumidor pode acionar órgãos como o Procon e a ANS, além de recorrer à Justiça, se necessário.

O envelhecimento da população exige que o setor de saúde suplementar repense suas políticas para garantir atendimento digno aos idosos. Afinal, saúde não pode ser um privilégio, mas um direito acessível a todos, independentemente da idade.